Secretário destaca que 1,1 mil crianças sofreram drama de Xuxa em 2012 no Estado
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Às vésperas de começar a X Jornada Estadual contra a Violência e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, o depoimento da apresentadora Xuxa Meneghel no Fantástico no último domingo (20) relatando que sofreu abusos sexuais pode ajudar a evidenciar um problema difícil de detectar. Essa é a avaliação do secretário da Justiça e dos Direitos Humanos, Fabiano Pereira, que participa na próxima segunda-feira (28) da primeira audiência pública da jornada em Alvorada, a partir das 18h30min na Câmara de Vereadores.
"A atitude corajosa de Xuxa volta os olhos da sociedade brasileira para um crime silencioso, que em mais de 80% dos casos ocorre dentro do próprio lar. O combate ao abuso sexual infantojuvenil depende de rompermos a autorização social, de deixarmos claro que isso é inadmissível, e o depoimento da apresentadora pode ajudar nesse sentido", afirma o secretário. Para ele, familiares, vizinhos e amigos têm a obrigação de denunciar caso tenham conhecimento de algum tipo de abuso, através do Disque 100 - telefone nacional para denúncias de violações de direitos humanos.
Só neste ano, já foram registradas 1.127 ocorrências de crimes sexuais contra crianças, segundo a Polícia Civil. Os dados são até o dia 8 de maio. "São mais de 1,1 mil pequenos gaúchos que viveram o drama de Xuxa, contando somente os casos registrados. A maioria dos abusos infelizmente ainda nem chega ao conhecimento das autoridades", alertou o secretário.
O depoimento da apresentadora ocorreu dois dias após o Dia Nacional de Luta contra a Violência e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado em 18 de maio. Na data, a Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos do Rio Grande do Sul (SJDH) lançou a X Jornada Estadual sobre o tema, que passará por sete cidades gaúchas até novembro, mobilizando a rede de proteção.
Capacitação - Além da jornada, a SJDH está promovendo, no mês de maio, capacitações dos profissionais de diversas áreas que atuam na proteção das crianças e adolescentes na região da Fronteira. A ação é desenvolvida por meio do Programa de Ações Integradas Referenciais (Pair), e tem foco também no tráfico de crianças para fins de exploração sexual - cuja incidência é alta nessa região. O Ministério Público, o Poder Judiciário, as polícias, os órgãos da saúde e de assistência social, além de representantes do Uruguai, Argentina e Paraguai, participam das atividades.