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Fortalecimento dos vínculos familiares é debatido em evento em alusão ao Dia Internacional das Famílias

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Jovens do Centro da Juventude Cruzeiro ao final do evento
Jovens do Centro da Juventude Cruzeiro ao final do evento - Foto: Gleisson Ló/Ascom SJCDH
Por Giovanni Disegna/ASCOM SJCDH

O relato emocionado de Luciana Medina marcou evento em alusão ao Dia Internacional das Famílias. Ela é mãe de Bernardo Martinez, de 22 anos de idade, autista, que inicia hoje sua jornada no curso superior de biologia. Luciana compartilhou a história de sua família, relatou as dificuldades enfrentadas e projetou ações para o futuro do RS. “O pior preconceito que existe é o familiar e temos pouca atuação dentro das famílias. Cerca de 90% das mães de autistas criam seus filhos sozinhos, então precisamos pensar em políticas públicas para o nosso Estado que sejam direcionadas aos pais, para que entendam que ser diferente não é ser menos, mas somente ser diferente”.

Durante a tarde desta segunda-feira (15/5), focando no fortalecimento dos vínculos familiares, a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH) realizou evento no Centro Administrativo do Estado, em alusão a data. Para isso, foram realizadas palestras e relatos que visam aproximar o Governo do Estado das famílias gaúchas.

Para o secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Mateus Wesp, é muito importante reforçar o protagonismo da família na construção dos vínculos que os indivíduos têm para o resto de suas vidas. “Quando falamos em famílias, devemos ter a consciência de que há muitos elos que fazem essa estrutura funcionar”, afirma. “Esse evento é um primeiro passo para juntos trocarmos experiências, conhecermos diversas realidades e podermos gerar um debate de políticas públicas que alcancem todas as famílias em sua plenitude”, completa.

Outras famílias tiveram a oportunidade de compartilhar suas histórias. Entre elas, estavam o casal homoafetivo Paulo André Nascimento da Rosa e Tellemaco Rodrigues Bittencourt Junior que adotaram Marlucio Nascimento Bittencourt, de 14 anos de idade. Hoje eles comemoram o aniversário de quatro anos da data em que o juiz assinou a guarda provisória. Além deles, Deise Regina da Cruz, que é mãe solo, contou sua história sobre a adoção, através do apadrinhamento afetivo, de Wesley, de 18 anos de idade. Eles estão juntos há sete anos.

A secretária adjunta, Caroline Moreira, compartilhou seu relato como mulher negra e mãe. Ela gerou um menino de dez anos de idade e uma menina de três anos. “Acreditamos que a responsabilidade da criação dos filhos é das mães e dos pais, mas na realidade não é. A responsabilidade, após o nascimento de uma criança, é da sociedade como um todo”, diz. “Eu me descobri negra quando meu primeiro filho nasceu, até então eu sabia somente que eu tinha a pele negra. E se descobrir negra não foi algo fácil, essa descoberta ocorreu por todas as negações que tive durante minha gestação”, completa.

O Departamento do Idoso e da Família promoveu o evento e a diretora Katiane Gehler Bier reforçou a importância da data. “Nosso objetivo é fortalecer as políticas públicas direcionadas as famílias gaúchas. Para isso, estamos trabalhando incansavelmente desde janeiro. Estamos abertos a todos os projetos e ideias, vamos juntos para fortalecer esta parte tão importante da sociedade que são as nossas famílias”, afirma.

O presidente da Central Única das Favelas do Rio Grande do Sul, Paulo Daniel Santos, esteve presente no evento e reforçou a necessidade de evolução da sociedade. “Nós precisamos ser os insistentes sociais, precisamos insistir todos os dias, porque a mudança para derrubar o preconceito e os dogmas da sociedade exige constância. Às vezes as pessoas não estão prontas para alterar a forma de pensar no momento, assim é necessário insistirmos”, afirma.

Além dos relatos, a tarde teve palestras que deram início ao evento. O Desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Dr Rui Portanova apresentou a exposição “Machismo e Direito de Família”; logo depois, a Promotora de Justiça do MPRS, Dra Veleda Dobke, palestrou sobre a “prevenção à violência intrafamiliar”; a Presidente da Comissão de Direito de Família e Sucessões da OAB/RS, Dra Renata Santa Maria, explanou sobre “os direitos das famílias na atualidade”, fechando o ciclo de palestras. O secretário de assistência social de Porto Alegre, Léo Voigt, representou o Executivo Municipal no evento.

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