O empresário gaúcho Alexandre Frasson obteve do Governo gaúcho a garantia do apoio pela libertação de sua filha durante o julgamento, pela Justiça espanhola, nos dias 09, 12 e 13 de setembro. Após completar 500 dias da prisão preventiva de Bruna em Barcelona, na Espanha, Frasson foi recebido nesta terça-feira (06) pelo secretário da Justiça e dos Direitos Humanos, Fabiano Pereira, e pela diretora do Departamento de Direitos Humanos e Cidadania da SJDH, Tâmara Biolo Soares, em reunião onde expôs o caso e entregou documentos relativos ao processo.

Bruna trabalhava em um cruzeiro italiano quando foi presa ao desembarcar em Barcelona, no dia 23 de março de 2012. A polícia espanhola encontrou drogas na mochila da jovem. De acordo com as cópias do processo, um outro integrante da tripulação, que trabalhava na cozinha, confessou às autoridades espanholas ter colocado cocaína na mochila de Bruna sem que ela soubesse. Esse rapaz também foi preso com cocaína, assim como outro integrante do cruzeiro que já vinha sendo monitorado pela polícia.

Mesmo com a confissão do rapaz e os indícios da inocência da jovem, Bruna segue em prisão preventiva em Barcelona, tendo completado 500 dias de detenção nesta segunda-feira (05). A diplomacia brasileira já realizou seis audiências com as autoridades espanholas sobre o caso. Autoridades gaúchas, como representantes da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa e da própria Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos, devem comparecer ao julgamento.

Conforme Frasson, está sendo formada no Brasil uma associação de vítimas de crimes e maus-tratos em cruzeiros, a exemplo do que já existe nos Estados Unidos. Muitos brasileiros trabalham nas embarcações ao redor do mundo e, segundo o empresário, são comuns os casos de exploração, violência e maus-tratos por parte das companhias contratantes. Além disso, relata Frasson, Bruna não recebeu nenhum auxílio da empresa para a qual trabalhava durante o período em que está detida na Espanha.

De acordo com o secretário Fabiano Pereira, essa situação também será tema de atuação da SJDH após a resolução do caso de Bruna. "Vamos atuar primeiramente na questão pessoal do apoio à jovem e à família, mas tão logo ela estiver de volta, teremos atenção especial aos brasileiros nos cruzeiros, auxiliando inclusive na formação da associação", garantiu Fabiano.