O Rio Grande do Sul se tornou na tarde desta segunda-feira (21) o primeiro estado brasileiro a ter um Comitê de Diversidade Religiosa. O órgão foi instituído pelo governador Tarso Genro, no Palácio Piratini, no dia que marca o Combate à Intolerância Religiosa. Coordenado pelo Departamento de Direitos Humanos e Cidadania da Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos (SJDH), o comitê tem por objetivo favorecer a promoção do direito à diversidade religiosa, o combate à intolerância e a proteção contra violações de direitos humanos por motivação religiosa no Estado.

Tarso disse se sentir honrado em ser o primeiro governador a firmar um decreto instituindo um comitê estadual desse gênero. "A intolerância religiosa provavelmente seja a mais difícil de ser combatida, pois usa métodos de persuasão nacional. Ela é capaz de originar a intolerância política e ideológica e gerar conflitos estruturais. Desconstituir a intolerância religiosa é proporcionar a capacidade de comunicação, de reconhecer na sua especificidade que outros irmãos podem ter outra fé", disse o governador, no ato de assinatura do decreto sob uma plateia de representantes de diversas religiões. De acordo com Tarso, o Estado vai trabalhar para combater essa intolerância e já prevê um conjunto de ações para que as religiões sejam respeitadas.

Responsável pelo comitê nacional e presente ao ato, a ministra da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, agradeceu ao RS por ser o primeiro Estado a assumir a responsabilidade de lutar pelo respeito em todas as religiões. De acordo com ela, nesta terça-feira (22) ocorrerá uma reunião em Brasília onde será definida a formação do órgão. A ministra explicou que as religiões são quem irão definir os integrantes e trabalhar na construção de políticas públicas para esse tema. "O respeito está na convivência com as diversidades religiosas. O Brasil é um país com fé, um país que não pode falar só em tolerância, mas em diversidade religiosa", afirmou Maria do Rosário.

Secretário da Justiça e dos Direitos Humanos, Fabiano Pereira lembrou o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa e o trabalho que vem sendo realizado, desde o ano passado, por representantes de diversas religiões para a criação do comitê desde o ano passado no Estado. "Aprendi que devemos semear o amor em todas as relações. Esse comitê é um canal para que diferentes religiões tenham voz e um espaço de diálogos em que a liberdade impere", destacou Fabiano.

Além da SJDH, integram o comitê as secretarias da Educação, da Cultura, do Trabalho e Desenvolvimento Social e de Políticas para Mulheres, representando o Governo do Estado. Também serão convidados para participarem representantes de religiões em atividade no Estado.