Por determinação do governador Tarso Genro, uma equipe do Governo do Estado esteve nesta quinta-feira (7) em Santa Maria avaliando as ações realizadas pelo Executivo e as demandas para a continuidade do atendimento a familiares e vítimas do incêndio na boate Kiss. Lideraram a comitiva os secretários da Saúde, Ciro Simoni, da Justiça e Direitos Humanos, Fabiano Pereira, o chefe da Casa Militar, coronel Oscar Moiano e o coordenador do Comitê de Apoio às Vítimas e Familiares, coronel Éderson Silva. 

Após agenda no campus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), eles seguiram para o Centro de Atenção Psicossocial de Santa Maria (Caps), local que concentra a maior parte dos voluntários e centraliza toda a logística de atendimento domiciliar, hospitalar e por telefone aos familiares. Os secretários agradeceram o trabalho dos voluntários, que já realizaram mais de 600 atendimentos, segundo balanço apresentado pela coordenação do centro, e seguiram para o Centro Desportivo Municipal, onde realizaram uma reunião de trabalho e conversaram com a imprensa. 

"Não temos nenhum prazo para terminar este serviço, ele vai continuar o tempo necessário para que possamos dar condições de atendimento permanente a vítimas, famílias e à cidade como um todo", afirmou o secretário da Justiça, Fabiano Pereira. Segundo ele, um relatório da visita será entregue ao governador, que acompanha de perto as ações desenvolvidas no município e que, a partir do Comitê de Atenção às Vítimas e Familiares, define ações a serem executadas para amenizar o impacto da tragédia. 

O Estado trabalha a partir de duas frentes, de acordo com o secretário da saúde, Ciro Simoni. A primeira é o atendimento hospitalar e clínico dos pacientes, e a segunda é o trabalho de saúde mental tanto para as vítimas como para as famílias: "Mantemos uma relação próxima com os serviços que estão sendo realizados e assim antevemos as necessidades futuras. A preocupação do Estado é com o atendimento que era preciso e que continua sendo feito, e não com a conta de todos os gastos que estão sendo realizados". 

O chefe da Casa Militar, Oscar Moiano, falou sobre a rede de atendimento às famílias consolidada na Central de Monitoramento da Defesa Civil, localizada no Palácio Piratini. "Estamos organizados para que nada falte a estas famílias neste momento tão difícil. A sede campestre do Banrisul está disponível para hospedagem, alimentação e transporte, inclusive intermunicipal, que conforme a demanda é solicitada ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem e à empresa Planalto", disse Moiano. 

A Central de Atendimento às vítimas e familiares de Santa Maria atende pelo telefone (51) 3210.4219. 

UFSM e hospital universitário 
Mais cedo, na chegada ao município, os secretários reuniram-se com o reitor da UFSM, Felipe Martins Muller, que solicitou o auxílio do Estado junto à União para contratações emergenciais de médicos e psicólogos, aumentando assim a capacidade de atendimento. "A idéia é ter o quanto antes recursos financeiros e humanos para um melhor atendimento e recuperação de todos os afetados péla tragédia", disse o reitor. 

A comitiva também visitou o Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), participando de uma teleconferência com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e todos os hospitais envolvidos no atendimento às vítimas. A diretora do HUSM, Elaine Verena Resener, ressaltou o trabalho conjunto de todas as instâncias da saúde: "Quando começamos a receber os feridos e vimos à gravidade do acidente, mobilizamos toda a equipe médica, enquanto ao mesmo tempo residentes e voluntários chegavam para realizar o atendimento emergencial".