A Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos do Estado lamenta com pesar o falecimento de Antonio da Cunha Losada, ocorrido na última sexta-feira (11), em Porto Alegre. O gaúcho de Bagé foi um lutador da causa dos direitos humanos e dedicou sua vida ao ideal de uma sociedade mais justa. Losada  é um exemplo a todos que não se conformam com a injustiça, a desigualdade e a exploração.

Em 1950, Losada tornou-se sindicalista, vindo a presidir o Sindicato dos Metalúrgicos pouco tempo depois. Com o golpe civil-militar de 1964 foi preso diversas vezes. Participou da fundação da VAR-Palmares, organização de Carlos Araújo e Dilma Rousseff, e da luta armada contra a ditadura.

Foi preso e torturado em 1973, quando fazia contatos do movimento contra a ditadura no bairro Navegantes, em Porto Alegre. “Porque a repressão quer destruir, impor medo, utilizar a violência. E ela às vezes te tortura não só para arrancar confissões, mas para te destruir, destruir com a tua dignidade, quebrar o teu brio todo, e te levar à morte por vezes”, disse.

Foram mais de seis anos de prisão. A esposa dele, Sônia Venâncio Cruz, ficou cinco anos presa. Ele e o irmão foram os últimos presos políticos a serem libertados no estado, em junho de 1979. Já em 1980, foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores. Em 1982 concorreu a deputado estadual, mas o partido não conseguiu eleger ninguém naquela eleição. Em 1989 foi eleito vereador por Porto Alegre.

Losada faleceu um mês após ter sido atropelado, em 10 de março passado, na avenida Praia de Belas, e que o deixou em coma desde então. Em 2011, participou da criação e desde então foi ativo militante do Comitê Carlos de Ré da Verdade, Memória e Justiça para a resistência e reparação dos crimes contra a humanidade. Em dezembro do ano passado foi agraciado com o Prêmio de Direitos Humanos entregue pela Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos do Estado na categoria Direito à Memória e à Verdade.