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Governo promove pré-lançamento do documentário Olha pra Elas

Filme aborda a temática do aprisionamento feminino no Rio Grande do Sul

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No primeiro plano, a diretora Tatiana Sager fala ao microfone durante a abertura do evento. Ao fundo, a secretária adjunta da SJCDH Caroline Moreira, o secretário adjunto da SSPS César Kurtz e a superintendente adjunta da Susepe, Deisy Vergara, assistem a manifestação da diretora.

Autoria da descrição da foto: Wagner Meirelles Ascom SJCDH
Ação ocorreu em parceria entre secretarias de Estado - Foto: Jurgen Mayhofer / Ascom SSPS

Por meio das secretarias de Sistemas Penal e Socioeducativo (SSPS), da Cultura (Sedac-RS) e de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), o governo do Estado promoveu o pré-lançamento do documentário Olha pra Elas, na terça-feira (28), na Cinemateca Paulo Amorim, na Casa de Cultura Mário Quintana, em Porto Alegre. O filme, que trata da temática do aprisionamento feminino, foi realizado por Tatiana Sager e Renato Dornelles e produzido pela Panda Filmes e Falange Produções.

Com a abordagem das histórias de Adelaide, Tatiane, Catia, Naiane e Roselaine, o documentário trata de questões acerca das especificidades de ser mulher no sistema prisional. Em um universo de 43 mil pessoas que vivem em privação de liberdade no RS, em torno de 2,5 mil são mulheres. As particularidades da população feminina no cárcere demandam especial atenção, tanto no aspecto assistencial quanto no de custódia.

Renato compartilhou que a parceria com Tatiana completa 10 anos, no audiovisual e na literatura, e que o documentário faz parte de uma sequência de vários outros projetos desenvolvidos ao longo do tempo. “A nossa proposta principal é justamente trazer temas que normalmente são invisíveis aos olhos da sociedade para o debate”, complementou.

Lidar com a distância da família quando se tem filhos e com a solidão causada pela falta de visitas são apenas algumas das dificuldades enfrentadas diariamente por essa parcela da população no sistema prisional. Uma das principais singularidades que envolvem esse público é o fato de que as mulheres geralmente são as responsáveis pelos filhos, assumindo o papel de chefes de família. Com a reclusão, há casos em que as crianças têm de transitar entre abrigos ou casas de familiares e amigos, o que gera uma desestruturação dos núcleos familiares – aspectos que são retratados no documentário.

Na abertura do evento, a secretária adjunta de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Caroline Moreira,  destacou que o documentário Olha pra Elas é um projeto que ajuda a sociedade a compreender sobre a existência e garantia dos direitos das mulheres privadas de liberdade. “Eu gostaria de cumprimentar a todas as autoridades presentes, parabenizando os realizadores Tatiana Sager e Renato Dornelles por fazerem este projeto acontecer”, ressalta. “Este evento demonstra que o governo do Estado está atento à realidade do nosso sistema prisional e busca, através de iniciativas como esta, melhorar as condições de vida das custodiadas e de toda a população gaúcha”.

Durante a solenidade, o secretário adjunto da SSPS, Cesar Kurtz, reforçou a importância da sociedade e do Estado olharem com atenção para a população feminina encarcerada, que lida também com o abandono. Kurtz apresentou dados que indicam que, nos estabelecimentos prisionais femininos, a assistência externa prestada por companheiros é menor do que nas unidades masculinas. “De 1º de fevereiro de 2023 a 28 de fevereiro de 2023, no estabelecimento Madre Pelletier, apenas 0,99% das visitas eram de companheiros daquelas mulheres. Foram quatro homens, enquanto foram 184 mães.”

A superintendente adjunta dos Serviços Penitenciários, Deisy Vergara, parabenizou os realizadores pela iniciativa, por promover reflexões sobre a situação do encarceramento feminino.

A diretora do Instituto Estadual de Cinema (Iecine), Sofia Ferreira, que participou da solenidade representando a secretária Beatriz Araújo, celebrou a triangulação entre as secretarias e afirmou que a iniciativa é promissora e de extrema relevância para o Estado. "O audiovisual é uma poderosa ferramenta de produção simbólica. Tenho a certeza de que em ações integradas como esta, podemos potencializar as nossas ações das secretarias. Repertório fílmico, que nos convida a conhecer outras realidades, é um bem valioso que buscamos sempre ampliar e compartilhar", disse.

A entrada para assistir ao filme foi mediante doação de materiais de higiene, destinados às apenadas. Após a exibição, estava prevista a realização de um debate, com a participação dos realizadores, Tatiana e Renato. Devido ao número de pessoas que aguardavam para participar da sessão de pré-lançamento, o debate foi cancelado para que uma nova exibição ocorresse na sequência.

Texto: Ascom SSPS
Edição: Wagner Meirelles / Ascom SJCDH

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